segunda-feira, dezembro 24, 2007
sexta-feira, dezembro 14, 2007
See what I mean?...
Eles estão doidos!
Por António Barreto
Publico 25.11.07
A MEIA DÚZIA DE LAVRADORES que comercializam directamente os seus produtos e que sobreviveram aos centros comerciais ou às grandes superfícies vai agora ser eliminada sumariamente. Os proprietários de restaurantes caseiros que sobram, e vivem no mesmo prédio em que trabalham, preparam-se, depois da chegada da "fast food", para fechar portas e mudar de vida. Os cozinheiros que faziam a domicílio pratos e "petiscos", a fim de os vender no café ao lado e que resistiram a toneladas de batatas fritas e de gordura reciclada, podem rezar as últimas orações. Todos os que cozinhavam em casa e forneciam diariamente, aos cafés e restaurantes do bairro, sopas, doces, compotas, rissóis e croquetes, podem sonhar com outros negócios. Os artesãos que comercializam produtos confeccionados à sua maneira vão ser liquidados.
A SOLUÇÃO FINAL vem aí. Com a lei, as políticas, as polícias, os inspectores, os fiscais, a imprensa e a televisão. Ninguém, deste velho mundo, sobrará. Quem não quer funcionar como uma empresa, quem não usa os computadores tão generosamente distribuídos pelo país, quem não aceita as receitas harmonizadas, quem recusa fornecer-se de produtos e matérias-primas industriais e quem não quer ser igual a toda a gente está condenado. Estes exércitos de liquidação são poderosíssimos: têm Estado-maior em Bruxelas e regulam-se pelas directivas europeias elaboradas pelos mais qualificados cientistas do mundo; organizam-se no governo nacional, sob tutela carismática do Ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho; e agem através do pessoal da ASAE, a organização mais falada e odiada do país, mas certamente a mais amada pelas multinacionais da gordura, pelo cartel da ração e pelos impérios do açúcar.
EM FRENTE À FACULDADE onde dou aulas, há dois ou três cafés onde os estudantes, nos intervalos, bebem uns copos, conversam, namoram e jogam às cartas ou ao dominó. Acabou! É proibido jogar!
Nas esplanadas, a partir de Janeiro, é proibido beber café em chávenas de louça, ou vinho, águas, refrigerantes e cerveja em copos de vidro. Tem de ser em copos de plástico.
Vender, nas praias ou nas romarias, bolas de Berlim ou pastéis de nata que não sejam industriais e embalados? Proibido.
Nas feiras e nos mercados, tanto em Lisboa e Porto, como em Vinhais ou Estremoz, os exércitos dos zeladores da nossa saúde e da nossa virtude fazem razias semanais e levam tudo quanto é artesanal: azeitonas, queijos, compotas, pão e enchidos.
Na província, um restaurante artesanal é gerido por uma família que tem, ao lado, a sua horta, donde retira produtos como alfaces, feijão verde, coentros, galinhas e ovos? Acabou. É proibido.
Embrulhar castanhas assadas em papel de jornal? Proibido.
Trazer da terra, na estação, cerejas e morangos? Proibido.
Usar, na mesa do restaurante, um galheteiro para o azeite e o vinagre é proibido. Tem de ser garrafas especialmente preparadas.
Vender, no seu restaurante, produtos da sua quinta, azeite e azeitonas, alfaces e tomate, ovos e queijos, acabou. Está proibido.
Comprar um bolo-rei com fava e brinde porque os miúdos acham graça? Acabou. É proibido.
Ir a casa buscar duas folhas de alface, um prato de sopa e umas fatias de fiambre para servir uma refeição ligeira a um cliente apressado? Proibido.
Vender bolos, empadas, rissóis, merendas e croquetes caseiros é proibido. Só industriais.
É proibido ter pão congelado para uma emergência: só em arcas especiais e com fornos de descongelação especiais, aliás caríssimos.
Servir areias, biscoitos, queijinhos de amêndoa e brigadeiros feitos pela vizinha, uma excelente cozinheira que faz isto há trinta anos? Proibido.
AS REGRAS, cujo não cumprimento leva a multas pesadas e ao encerramento do estabelecimento, são tantas que centenas de páginas não chegam para as descrever.
Nas prateleiras, diante das garrafas de Coca-Cola e de vinho tinto tem de haver etiquetas a dizer Coca-Cola e vinho tinto.
Na cozinha, tem de haver uma faca de cor diferente para cada género.
Não pode haver cruzamento de circuitos e de géneros: não se pode cortar cebola na mesma mesa em que se fazem tostas mistas.
No frigorífico, tem de haver sempre uma caixa com uma etiqueta "produto não válido", mesmo que esteja vazia.
Cada vez que se corta uma fatia de fiambre ou de queijo para uma sanduíche, tem de se colar uma etiqueta e inscrever a data e a hora dessa operação.
Não se pode guardar pão para, ao fim de vários dias, fazer torradas ou açorda.
Aproveitar outras sobras para confeccionar rissóis ou croquetes? Proibido.
Flores naturais nas mesas ou no balcão? Proibido. Têm de ser de plástico, papel ou tecido.
Torneiras de abrir e fechar à mão, como sempre se fizeram? Proibido. As torneiras nas cozinhas devem ser de abrir ao pé, ao cotovelo ou com célula fotoeléctrica.
As temperaturas do ambiente, no café, têm de ser medidas duas vezes por dia e devidamente registadas.
As temperaturas dos frigoríficos e das arcas têm de ser medidas três vezes por dia, registadas em folhas especiais e assinadas pelo funcionário certificado.
Usar colheres de pau para cozinhar, tratar da sopa ou dos fritos? Proibido. Tem de ser de plástico ou de aço.
Cortar tomate, couve, batata e outros legumes? Sim, pode ser. Desde que seja com facas de cores diferentes, em locais apropriados das mesas e das bancas, tendo o cuidado de fazer sempre uma etiqueta com a data e a hora do corte.
O dono do restaurante vai de vez em quando abastecer-se aos mercados e leva o seu próprio carro para transportar uns queijos, uns pacotes de leite e uns ovos? Proibido. Tem de ser em carros refrigerados.
TUDO ISTO, como é evidente, para nosso bem. Para proteger a nossa saúde. Para modernizar a economia. Para apostar no futuro. Para estarmos na linha da frente. E não tenhamos dúvidas: um dia destes, as brigadas vêm, com estas regras, fiscalizar e ordenar as nossas casas. Para nosso bem, pois claro.
«Retrato da Semana» - «Público» de 25 de Novembro de 2007
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Balancete
Há uns dias, dei por mim a pensar como as coisas têm vindo a mudar no Tropical.
(Já nem falo dos preços, que essa já é uma batalha perdida: é aproveitar enquanto não decidem aumentar a cerveja!)
Temos novo empregado, o Carlos, ou CC e a quem já ouvi tratar pelo nome de um jogador da bola - Cissé. Temos placards na parede. Temos horários fixos e cada vez mais rígidos...
Mas, para mim, o grande sinal de mudança e a maior vitória do staff do nosso Café foi a recente assinatura de contratos de trabalho com o Inglês. Acabaram-se os recibos verdes, o trabalho precário, as comissões, os despedimentos e sucessivas readmissões dos mesmos funcionários de sempre! Com pagamento de Segurança Social, subsídio de férias e de Natal, tudo a que têm direito. Digo eu, em muito boa hora!
Mas 2008 já anuncia novos desafios.
O primeiro, já a partir de 1 de Janeiro: os estabelecimentos vão ter que decidir se se destinarão a fumadores ou a não-fumadores. As últimas informações que temos é que o Tropical vai continuar a permitir o vício, enquanto que os vizinhos do lado, uma vez que servem refeições, terão que proibir o fumo.
E, pergunto eu, será que vamos ter um sistema de exaustão suficientemente eficaz de forma a que as portas do "frigorífico" (as da rua) se mantenham fechadas? Ou vamos todos sufocar ou intoxicar até ao limite? Será que é desta que as tribos se misturam de vez?
E vós? Têm perguntas, considerações, comentários?
Faltam pouco mais de 15 dias para o final de 2007. Podemos começar já a despedir-nos, não?
quarta-feira, outubro 10, 2007
dia 19 sexta-feira, no quebra-"tostas"
chutem, não estejam à espera que eu decida tudo, caraças!
[por mim pode ser no dia 20]
sexta-feira, setembro 21, 2007
Resultados do Inquérito
Assim, os resultados são
Amanhã componho melhor o post, já é tarde e eu ainda quero ir beber um copo. Vamos lá ver se o Quebra tem 300 tostas para «dar» ao pessoal...
Mandem sugestões para agendar a romaria. Este sábado não posso. Amanhã? Ou é muito em cima? Para a semana que vem? Provamos 1 tosta ou as 3 primeiras? Chutem...
sábado, setembro 15, 2007
quinta-feira, setembro 13, 2007
ora vamos cá ver...
Fim da sondagem das tapas: 20 Setembro, Quinta-feira, 23h59m
Podemos fazer uma romaria na sexta-feira, 21 Setembro, até ao estabelecimento onde servem a iguaria vencedora.
Outra hipótese é fazer 3 romarias em 3 dias diferentes para provar as 3 vencedoras, ou coisa do género, alguém que atire com mais sugestões!
quarta-feira, setembro 12, 2007
Somos a Elite da Praça.
Temos um novo preçário!!!
Finalmente podemos dizer que somos a Elite da praça. Tudo subiu na nossa requintada casa de chá, excepto essa bebida de gente pobre - a cerveja. Os do lado, esses pindéricos mal formados, que ainda mexem o café com um pau e se alimentam de francesinhas, estão a ficar cada vez mais isolados.
Felicito desde já a gerência, informando que vou passar a acordar mais cedo para tomar o meu pequeno-almoço no Tropical. No entanto, penso que fica a faltar um cartão de consumo mínimo obrigatório e um sistema de controlo de acesso às casas de banho, accionado por moeda... aquilo está um horror!... papéis e urina por todo lado, poucas vergonhas na parede, sei lá.
Já me prometeram que vão passar a trazer a conta em Libras e a oferecer um farrapinho de leite para o café. ;-)
segunda-feira, agosto 27, 2007
Novos e velhos
- falta de copos e copos de plástico...hmmm, enfim, resmungo sempre que posso
- caipirinhas ....ainda não provei, mas será em copo de vidro ou de plástico?
- empalhadas e pneus... os melhores amigos da malta que abanca largas horas a beber dias seguidos. alternam com as cervejas e os beirões e Lda
- máquina do tabaco, que vai muito bem com o Hendrix e muito mal com o controlo de menores (mas também, qual é o puto de catorze anos que vai comprar cigarros ao tropical? crava ao pai - pois claro - enquanto bebem os dois finos na esplanada!!! ou então foge do pai que fuma e bebe finos na esplanada e vai para o vinyl...)
What's in a name? That which we call a rose
By any other name would smell as sweet." --Romeo and Juliet (II, ii, 1-2)
de Tropical para "Northern Soul".... é impressão minha ou isto "não bate a bota com a perdigota", como já também dizia o mestre?
sexta-feira, agosto 24, 2007
quinta-feira, julho 19, 2007
ai, a sondagem...
sexta-feira, julho 13, 2007
a sondagem, finalmente!
ACTUALIZAÇÃO: ESTE QUESTIONÁRIO FOI SUBSTITUÍDO PELO DO POST SEGUINTE!!!
Correndo o risco de haver mais respostas que número de votantes, aí está o questionário. Claro que podem argumentar que o Tropical tem vantagem por estar representado por 3 iguarias, mas lembro que não se está a referendar o bar mas sim a comida, ok?
sexta-feira, junho 08, 2007
formação da lista das tapas
com este post pretendo para já ir fazendo uma lista a partir das propostas que vão surgindo na caixa de comentários.
só depois, quando tivermos uma lista bem apetrechada, nos lançamos na votação.
os votos irão ser de dois tipos: preferência gustativa e relação qualidade/preço. mas isso não é para agora.
podem propor tostas, bifanas, hamburgueres ou outras coisas.
peço para que sejam específicos, isto é, «tosta de gambuzinos do bar Alhado», por exemplo, e podem propor mais que um pitéu por bar.
ora, com a ajuda do post anterior já compilei (bares por ordem alfabética):
- Académico: bifana;
- Feito Conceito: tosta mista com ananás;
- Gil Vicente: tosta mista;
- Quebra-Costas bar: tosta mista;
- Samambaia: bifana especial;
- Tropical: tosta mista;
- Tropical: tosta de atum;
- Tropical: tosta de galinha;
- X bar: tosta paio + queijo + tomate;
- X bar: tosta de atum;
sábado, maio 19, 2007
tarzan, not jane
e foi logo com a foto do BI. estava eu já todo inchado porque o primeiro mais parecido era o Heinrich Hertz (como se da aparência pudesse induzir alguma semelhança de intelecto, mas enfim), estava eu todo inchado -- dizia --, vou a ver, os três seguintes era tudo gajas e pró fim ficava um ídolo pop imberbe de uma boysband que não lembra ao diabo. e ainda por cima, não sou nada parecido com o gajo famoso do electromagnetismo, ora porra.
acho que hoje na praça vou inaugurar o tropical com um murro na mesa e ao primeiro penalty de cerveja remato com voz grossa e ar aparvalhado: «dasssse, só veadagem neste bar!?». isto claro, com arrotos à mistura e piropos às meninas a espargir farpas de tremoço para cima da clientela. ah, matcho!
pensando melhor, acho que afinal vou ao académico...